6/23/2009

A Webdote e a Semântica

Segundo o Jornal de Negócios de ontem a WebDote andou a plantar comentários anónimos em fóruns, chats e blogs para um seu cliente. A empresa vende esta prática enquanto marketing viral, eu prefiro chamar-lhe spam:

O utilizador ‘online’ está sempre à beira de um click para sair. Se nos dirigirmos a ele como anunciantes de determinada marca ou projecto as suas resistências serão à partida maiores. Com uma fonte credível, amiga, é estabelecida à partida uma relação mais forte.

É apenas uma forma de evitarmos as resistências do interlocutor. Se o convite for feito por parte de um membro da comunidade é mais facilmente penetrável.

Note-se a contradição nas próprias palavras da própria empresa: a empresa justifica esta prática porque “Se nos dirigirmos a ele como anunciantes de determinada marca ou projecto as suas resistências serão à partida maiores“.
Mais adiante, e sobre a campanha Aqui há Selo para os CTT, declara não existir falta de ética na campanha que a Webdote desenvolveu para os CTT “porque o objectivo é levar as pessoas a conhecer determinado projecto e não publicitar nenhum produto em concreto.” Ou seja, a prática seria eticamente aceitável porque não nos estão a vender coisa alguma (o que é falso).

Obviamente que a Webdote sabe que o que faz é discutível, de um ponto de vista ético e até legal; e que uma vez expostas as suas campanhas isso poderá causar complicações aos seus clientes. Todavia, prefere chamar-lhe marketing digital e denomina-se até de “agência de marketing viral”.
É tudo uma questão de semântica.

in (http://www.marketingdebusca.com/artigo/webdote-semantica/)