A BID2010 tem como
temas transversais, que não marcam necessariamente o conteúdo da área da exposição nem excluem outros temas complementares, os conceitos de “Design para todos” e “Design para o desenvolvimento”.
O conceito Design para Todos (Design for All) ou Design Universal procura estabelecer soluções de design para todas as pessoas, para todos os períodos da vida: crianças, jovens, adultos, pessoas com deficiências e de
terceira idade, independentemente das suas condições de idade, género ou capacidades, para que possam utilizar os espaços, produtos e serviços à sua volta, participando activamente, e ao mesmo tempo, na construção da sociedade. Um dos princípios associados é a acessibilidade. Assim, o conceito refere-se ao design sem barreiras, ao design acessível e à tecnologia de apoio.
Os princípios do denominado design para todos ou design universal, têm como objectivo o design de produtos e de ambientes de fácil uso para o maior número possível de pessoas, sem a necessidade de os adaptar ou redesenhar de forma especial. A “acessibilidade universal” implica a condição que devem cumprir os meios envolventes, processos, bens, produtos e
serviços, assim como os objectos ou instrumentos, ferramentas e dispositivos, para serem compreensíveis, utilizáveis e praticáveis por todas as pessoas com segurança e comodidade e da forma mais autónoma e
natural possível. Isto implica contemplar os requisitos de todos os possíveis utilizadores desde a primeira fase do design do produto, de modo a que as pessoas idosas ou pessoas com deficiências se convertam numa parte importante dos possíveis utilizadores.
Os princípios gerais do design, são aplicáveis em diferentes disciplinas entre as quais a arquitectura, a engenharia, o design e, evidentemente, as páginas e aplicações de Internet.
Pode-se definir a acessibilidade como a possibilidade de um site ou serviço de Internet possa ser visitado e utilizado de forma satisfatória pelo maior número possível de pessoas, independentemente das limitações pessoais que tenham ou de aquelas limitações que sejam derivadas do seu meio envolvente. A Acessibilidade da Internet é um elemento essencial que favorece a igualdade de oportunidades das pessoas com deficiências, permitindo o exercício do direito reconhecido constitucionalmente como o acesso à cultura, ao lazer e aos tempos livres. O Design Universal é a parte essencial da estratégia para conseguir uma sociedade na qual todas as pessoas possam participar. Um modelo de sociedade que se está a redefinir tendo como base a inclusão de todos e derivada, em grande parte, de uma reflexão sobre o modo como a sociedade quer acolher a pessoa em toda a sua diversidade, neutralizando a deficiência, a limitação da actividade ou as dificuldades para a participação. Tecnologia de apoio: qualquer tecnologia da qual possa derivar as ajudas técnicas, tais como qualquer produto, instrumento, equipamento ou sistema técnico utilizado por uma pessoa com deficiência, fabricado especialmente ou disponível no mercado, para prevenir, compensar, aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiências.
“Design para o desenvolvimento” entendendo-se como tal o design criado em função de contextos e que opera com base nas necessidades e condições socioculturais reais das comunidades onde se aplica. O design para o desenvolvimento direcciona-se ao desenvolvimento e bem-estar das pessoas e da sociedade, o conceito define-se não só em função de um critério económico, que influencia o PIB do rendimento per capita, como também do impacto social: um design que se transforma num crescimento para a sociedade e num bem cultural. No universo do design para o desenvolvimento manifesta-se o património físico, cultural e o
potencial criativo da Ibero-américa que dá resposta não só ao desenvolvimento económico das comunidades e grupos excluídos, como também oferece novos parâmetros diferenciados que proporcionam soluções inovadoras de acordo com a realidade específica da Ibero-américa. Isto implica novas formas de pensar a nível de produção com tendência a aproximar os modelos às necessidades das pessoas, identificando e fortalecendo a rede de relações territoriais, integrando e aumentando o valor da cadeia de produção local e sugerindo soluções para aumentar o valor da oferta de serviços territoriais. Nesse sentido, serão valorizados os projectos que sejam modelos de gestão do design para fortalecer os sectores de produção singulares na sua vinculação com os recursos territoriais, projectos de auto-gestão, casos de procura de design de organizações sociais, modelos de organização duradoura que facilitem o crescimento e o desenvolvimento social, tendo em conta distintos operadores culturais e a oportunidade de novos cenários profissionais (sectores artesanais, eco-design, estratégias solidárias, etc.).