No âmbito do cluster das “Ajudas Técnicas” realizou-se no passado dia 22 de Abril uma reunião que teve lugar no Design Studio FEUP com o objectivo de fortalecer ligações e criar várias parcerias. Para contextualizar o cluster das “Ajudas Técnicas” foram apresentadas as diferentes áreas de intervenção do Design Studio FEUP e as relações existentes entre os projectos que decorrem no âmbito das mesmas, salientando-se também os doutoramentos e projectos de investigação de Renato Bispo, Ana Correia Barros e António Gomes (em preparação).
Ao longo da reunião, cada membro apresentou o seu projecto. Deste modo, é de referir o trabalho que Ana Correia Barros (IADE) tem vindo a desenvolver em conjunto com várias instituições médicas sobre a relação emocional que as pessoas estabelecem com as ajudas técnicas, nomeadamente vítimas de AVC. Assim, referiu alguns aspectos que concluiu como o facto de as pessoas não aderirem às ajudas técnicas padronizadas, preferindo criar os seus próprios utensílios, de forma a adaptarem-se às suas necessidades bem como fugir ao estigma de que as ajudas técnicas têm associadas características diferentes dos produtos comuns. O objectivo do seu projecto visa também a concepção de equipamentos para pessoas limitadas com um aspecto que não fira as suas susceptibilidades, evitando que estas se sintam excluídas ou diferentes.
O doutoramento de Renato Bispo, que vai ao encontro dos objectivos de Ana Correia Barros, integra-se na área da melhoria, redesign e dimensionamento do mesmo tipo de produtos, e procura conceber objectos que não diferenciem as pessoas pela deficiência e que minimizem o preconceito do uso – design inclusivo.
Relativamente a António Gomes, este ainda não tem o completamente definido o seu plano de doutoramento, mas pretende que este seja enquadrado nas áreas da sua formação profissional, pois o seu percurso curricular passa por uma licenciatura em engenharia mecânica e, actualmente, finaliza o mestrado em design industrial. O seu contributo poderá ser relevante na consiliação da área do design com a engenharia numa vertente industrial (produção).
Dos restantes presentes:
Arlindo Silva, com formação em Engenharia Mecânica e professor no IST (instituto superior técnico de Lisboa), destaca-se na área do design inclusivo, na metodologia projectual e metodologia de selecção de materiais. A sua participação nas ajudas técnicas deve-se ao livro sobre cadeiras de rodas manuais, de autoria conjunta com Pedro Barbosa Rodrigues no ano de 2000.
Augusto Coelho, docente da Escola Superior Aveiro Norte – Universidade de Aveiro, encontra-se actualmente envolvido num projecto de design de uma ambulância.
Participaram também neste encontro dois ex-alunos de Design da Universidade de Aveiro, David Reis e Eduardo Noronha, que desenvolvem agora a carreira profissional na Plural Design que se encontra no edifício da Associação Académica da Universidade de Aveiro. Estes jovens designers ambicionam o desenvolvimento do design de uma cadeira de rodas, em que a imagem desmistifique a imagem do deficiente. Para tal, foram mencionados alguns conselhos e directivas que devem ter em conta para que o seu projecto tenha sucesso, nomeadamente o facto de acrescentar valor ao produto, sem se mentalizarem que as cadeiras já existentes não são um “boas”.
Da parte do professor Jorge Lino ficou o conselho de que para além de se pensar nos projectos, deve-se pensar na forma de os viabilizar economicamente, procurando o apoio de empresas bem como de financiamentos.
Miguel Velhote Correia, com formação na área da Engenharia Electrónica, tem vindo a desenvolver um estudo sobre a movimentação humana e é responsável pelo projecto sobre percepção visual o movimento humano (em colaboração com a Universidade do Minho, Neurologia de Coimbra e a FEUP). Estas actividades resultaram no desenvolvimento de um dispositivo que previne a doença do pé diabético, inicialmente pensado para amputados, mas devido a questões financeiras considerou-se mais rentável a aplicação do dispositivo no diagnóstico dos doentes com diabetes.
Cristina Crisóstomo, em representação do CRPG - Centro de Reabilitação Profissional de Gaia, pretende sistematizar o conhecimento sobre doenças e acidentes que decorrem de deficiências e incapacidades e apoiou a estratégia de política de inclusão social das pessoas com deficiências e incapacidades.
Um elemento da equipa de Teresa Restivo fez referência aos projectos em que se encontra inserido: o Lipocalibrador e Hand Grip.
De formação na área da engenharia mecânica, Bruno Sá, representante da empresa MEDmat INNOVATION, deu a conhecer as potencialidades que esta possui na área do desenvolvimento, prototipagem e concepção de próteses personalizadas através de moldes construídos com base no utilizador. Esta técnica permite aproximar a prótese ao utilizador em aspectos como a cor da pele, entre outros.
Por fim, o professor Carlos Aguiar fez referência à Associação Portuguesa de Vela Adaptada, que poderá servir de base aos projectos das Ajudas Técnicas.
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